Há livros que gostamos, há livros que nos fascinam, há livros que nos
aborrecem e nos fazem dormir e há outros que nos deixam a pensar neles dias a
fio apesar de já estarem arrumados na prateleira. Este é um desses livros, que
do início ao fim me fez zangar, sorrir, rir bastante e questionar a sociedade.
Falo do Livro The Help de Kathryn Stockett (que deu
origem ao filme e ao Óscar de melhor atriz secundária para Octavia Spenser). O livro fala sobre a
segregação social dos anos 50 onde os bairros, empregos, escolas etc eram
separados por algo tão estúpido quanto a cor da pele. O livro fala de uma jovem
branca de Jackson Misissippi nos Estados Unidos que quer escrever uma livro do
ponto de vista das serviçais que ganham menos do que o ordenado mínimo, tinham apenas um dia de folga
e trabalhavam mais de 10 horas por dia para criar os filhos dos outros chegando
a negligenciar os seus pois passavam mais tempo no emprego do que em casa. O
referido livro é publicado e causa uma revolução social na comunidade local,
com algumas peripécias, também alguma violência mas que no fim marca uma
posição num país que se auto intitula “Land of the Free”!
É interessante ter em conta que a história se passa na América do norte
onde se branda aos ventos a liberdade de expressão, a terra dos cidadãos livres.
Quem nunca viu nos filmes um americano a gritar qualquer coisa do género “I
have rights, I’m an american”? Estamos a falar do país mais restritivo do mundo
onde tudo é proibido menos os excessos. Sem dúvida uma terra de oportunidades
mas onde é preciso acima de tudo adaptar-se ao estilo de vida (XXXL) dos
americanos.
Voltando ao Livro, está muito bem escrito, é um livro muito visual
permitindo à nossa imaginação formar com detalhe os acontecimentos da época e
definir as personagens. É acima de tudo um livro que nos faz pensar que um dia
a cor da pele determinou o autocarro, a escola ou o café onde podíamos entrar.
Não podemos ser tão ingénuos ao ponto de pensar que este problema está
resolvido mas fico contente por não ter vivido nos anos 50 em Jackson
Mississippi.
Quanto ao filme, gostei bastante e penso que o Óscar foi merecido mas claro
que o livro é de longe muito melhor e proporciona um grau de satisfação superior
ao filme.
É um livro que não só tem uma boa narrativa como uma poderosa mensagem e
por esses motivos faz muita falta numa biblioteca que se preze.
Adorei o filme. Foi dos melhorzitos que vi nos últimos tempos.
ResponderEliminargostei do filme mas alteraram parte da historia e personagens devias ler o livro e muito bom mesmo.
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